domingo, 18 de maio de 2014

Mudanças climáticas: Ciclones estão migrando em direção aos polos








Mudanças climáticas: Ciclones tropicais estão migrando em direção aos polos, alertam cientistas

Essa tendência pode estar associada a mudanças climáticas e coloca em risco regiões antes não afetadas pelo destrutivo fenômeno climático.

Segundo pesquisadores norte americanos, os ciclones têm se afastado mais de 50 quilômetros do Equador a cada década.

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Mudanças climáticas: Ciclones tropicais estão migrando em direção aos polos, alertam cientistas

© 2014 Deutsche Welle – Por Luisa Frey - Data 16.05.2014

Fonte: http://dw.de/p/1C1Fu

A zona de ocorrência de ciclones tropicais está se afastando cada vez mais do Equador e avançando em direção aos polos, afirmam pesquisadores americanos. De acordo com um estudo publicado esta semana na revista científica Nature, os ciclones estão ameaçando locais antes considerados seguros e onde há grande concentração populacional, como as costas dos oceanos Pacífico e Índico.


Ciclone tropical é um termo genérico para esse fenômeno meteorológico que causa muita destruição, dependendo de sua localização geográfica e de sua intensidade, os ciclones tropicais podem ganhar várias outras denominações, tais como furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade ciclônica, depressão tropical ou simplesmente ciclone.

“Descobrimos que os trópicos estão se tornando menos favoráveis para os ciclones tropicais, enquanto as latitudes mais altas estão ficando menos hostis a eles. Assim, o risco pode ser maior em áreas do Japão e da Coreia do Sul e menor em regiões no sul das Filipinas”, exemplificou Jim Kossin, pesquisador do Centro a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) e um dos autores do estudo.

Segundo os pesquisadores, as causas dessa alteração não são claras, mas há indícios de que a tendência possa estar associada a fatores que contribuíram para as mudanças climáticas, como a queima de combustíveis fósseis.

O estudo indica que, nos últimos 30 anos, os ciclones tropicais – também chamados de furacões ou tufões – afastaram-se mais de 50 quilômetros do Equador a cada década. Os cientistas verificaram que, no hemisfério Norte, os ciclones tropicais migraram, em média, 53 quilômetros por década em direção ao Ártico e, no hemisfério Sul, 62 quilômetros em direção à Antártica.


Faixa de ocorrência de ciclones tropicais: Dependendo da sua localização geográfica e da sua intensidade os ciclones tropicais podem ser designados por: depressão tropical, tempestade tropical, furacão (no Oceano Atlântico), ciclone no Índico) ou tufão (no Pacífico). Para que se forme um furacão é necessário que haja liberação de calor pela condensação de vapor de água a altitudes elevadas. Os ingredientes para um ciclone tropical incluem oceanos tropicais com temperatura superior a 26°C, umidade e ventos relativamente fortes nas regiões mais altas da atmosfera. Se as condições certas persistirem por muito tempo, elas podem se combinar para produzir os ventos violentos, ondas de grande amplitude, chuvas torrenciais, inundações e muita destruição por onde passa.

Tais conclusões foram tiradas a partir de informações de satélites coletadas entre 1982 e 2012. Entretanto, para Kossin, a migração em direção aos polos pode ter começado antes da década de 1980.

Impacto no volume de chuvas

Segundo os pesquisadores, esta foi a primeira vez em que foi possível estudar a ocorrência de ciclones tropicais em longo prazo. Além disso, enquanto outros estudos analisaram a intensidade e a frequência do fenômeno, este é o primeiro focado na localização geográfica e nos períodos de pico.

Com a migração para latitudes mais elevadas, os riscos de destruição causada por ventos fortes e inundações decorrentes de ciclones tropicais seriam reduzidos em regiões próximas ao Equador. Por outro lado, a alteração poderia ter um impacto no volume de chuva dessa região – relacionado a esses fenômenos naturais – e levar à escassez de água.

Segundo o pesquisador do NOAA Gabriel Vecchi, não é possível afirmar com certeza se essa migração em direção aos polos é causada pelo aumento de gases no efeito estufa na atmosfera ou pelo buraco na camada de ozônio.


Os grandes ciclones têm um “olho” que é normalmente o centro do furacão, um espaço tranquilo, livre de nuvens, tem forma circular e pode ter um diâmetro de 8 a 200 km. Em fenômenos menores e mais fracos não se nota o “Olho”.

Mas esse deslocamento dos ciclones ocorreu no mesmo ritmo da expansão de regiões tropicais, atribuída em outros estudos às mudanças climáticas, causadas pelo homem, segundo Vecchi. Além disso, Kossin e seus colegas afirmam que o aquecimento global alterou a circulação de ar nos trópicos, que influencia a ocorrência de ciclones.

A tendência de migração dos ciclones é maior no Pacífico Norte e Sul e na porção sul do oceano Índico, segundo os pesquisadores. Não há evidência de alterações no norte do Atlântico e do Índico ou de qualquer mudança na frequência global dos ciclones.

CN/rtr/dpa/afp/ap

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