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Dados gerados pelo Laboratório Solar de Wilcox, indicam que o aguardado processo de reversão do campo magnético solar está em andamento e também revelam que a intensidade do fluxo magnético recente é quase a metade ao do século passado.
Clique para ampliar Observações feitas por cientistas estadunidenses em 2013 indicavam que o campo magnético do Sol se inverteria totalmente até o final daquele ano, com possíveis efeitos em cascata em todo o Sistema Solar. A afirmação estava baseada em dados coletados desde janeiro de 1976 nas regiões polares do Sol.
Agora, passados cinco meses desde o início de 2014, os dados coletados pelo Laboratório Solar de Wilcox, WSO, mostram que esse processo de reversão magnética ainda está em andamento e deve se concretizar nos próximos meses.
Em entrevista concedida por e-mail ao Apolo11, o físico solar Todd Hoeksema, ligado á Universidade de Stanford, nos EUA e diretor do WSO, informou que o processo não ocorre de forma abrupta. Segundo ele, os novos campos magnéticos que se deslocam das latitudes baixas em direção aos polos se misturam com os campos antigos. Isso faz com que a polaridade nas regiões limítrofes equatoriais se invertam antes das regiões polares.
"Algumas vezes o campo magnético polar se inverte mais de uma vez e isso parece estar acontecendo neste momento no hemisfério norte. Isso foi observado na metade de 2012 e parece estar ocorrendo outra vez em 2014", disse Hoeksema.
Clique para ampliar O pesquisador também explicou que devido à inclinação da orbita solar não é possível coletar dados sempre da mesma região e isso se reflete nas grandes variações anuais observadas nas plotagens dos gráficos.
"Se você observar apenas a plotagem referente à região norte verá inversões temporárias por volta do ano de 2010, mas a média de longo prazo não se inverteu até o verão de 2012. Ao que parece o polo sul se inverteu em junho passado, mas essa reversão ainda não está totalmente caracterizada", explicou o cientista.
Essas conclusões podem ser observadas no gráfico acima, onde a linha negra mais sólida representa a média suavizada dos hemisférios solares norte e sul.
Consequências
À medida que o Sol gira, seu campo magnético induz uma corrente elétrica de alguns bilionésimos de amperes por metro quadrado que se estende por uma extensa área projetada a partir do equador solar chamada "esteira de corrente". Apesar da intensidade ser pequena, a corrente flui através de uma região de 10 mil km de espessura e milhares de quilômetros de largura.
Durante a inversão de campo magnético, a esteira se torna muito ondulada e na medida em que a Terra orbita o Sol, todo o planeta mergulha para dentro e para fora dessa estrutura, o que pode provocar poderosas tempestades geomagnéticas na Terra.
Diminuição do Campo Magnético
Embora não tenha sido comentado pelo pesquisador, os dados observados e fornecidos pelo WSO mostram que entre dezembro de 2000 até dezembro de 2013, a intensidade do fluxo magnético solar durante os momentos máximos é praticamente a metade daquele observado entre 1976 e 2000.
Enquanto no século passado os picos atingiram diversas vezes entre 1.5 e 2.0 Gauss, nos últimos 14 anos raramente ultrapassaram 0.8. Como as medições começaram apenas em 1976 isso não deve ser visto como uma tendência de enfraquecimento do fluxo magnético até que mais dados sejam coletados nos próximos anos.
Artes: No topo, Sol registrado na manhã de 16 de maio de 2014 na cidade de São Paulo. na Sequência, gráfico elaborado pelo Laboratório Solar de Wilcox mostra o comportamento do campo magnético solar. A linha pontilhada vermelha representa o fluxo do hemisfério sul solar enquanto a linha fina cinza, o hemisfério norte. A linha azul mostra a média entre os dois hemisférios e a linha solida a média suavizada. Acima, explicação mais detalhada sobre o processo da reversão. Créditos: Wilcox Solar Observatory, Nasa, Apolo11.com.
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