No Brasil, a maioria da população coloca suas economias na caderneta de poupança, mesmo sabendo que o noticiário econômico mostra a todo momento que a aplicação não é vantajosa. Uns se apegam ao argumento de que a poupança é garantida pelo governo, outros se apoiam na justificativa da praticidade e liquidez. Deste modo, a poupança segue se fortalecendo pela nossa facilidade em nos acomodarmos.
O primeiro ponto a ser esclarecido é essa falsa percepção de que o investimento é garantido pelo governo. Na verdade, o lastro da poupança é o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o mesmo que garante outras aplicações de renda fixa no mercado, como os CDBs (Certificado de Depósito Bancário), as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito Agropecuário). Pela regra, em qualquer uma dessas aplicações, o FGC cobre até R$ 250 mil por CPF em caso de quebra da instituição financeira.
Em resumo, isso significa dizer que o risco da poupança é o mesmo das aplicações citadas acima, a diferença é que, no cenário atual, todas elas apresentam um rendimento muito melhor que a caderneta.
Um outro detalhe importante a ser ressaltado é que a poupança não é negociável. Com a taxa de juros do país acima de 8,5%, o rendimento da caderneta é fixo em 0,5% + a taxa referencial (TR). A TR possui um mecanismo de cálculo complexo que depende, de forma indireta, da Selic e com isso muitos acreditam que a poupança é vantajosa em tempos de juros elevados - como é o caso do contexto atual. Mas esta avaliação é um grande equívoco.
Ainda que a TR suba em função da Selic, esse aumento não é suficiente para dar fôlego à poupança para superar a inflação. Isso fere o principal fundamento de qualquer investimento, que é a geração de renda. No acumulado em 12 meses, o rendimento da poupança não chega a 8%, enquanto a inflação está quase atingiu 10%. O que a aplicação gera de renda não é capaz sequer de manter o poder de compra da população.
O mercado de renda fixa oferece diversas outras opções. Títulos que pagam a inflação + uma taxa fixa. Ou mesmo investimentos que acompanham a taxa de juros do país. Na hora de escolher um CDB, por exemplo, você tem a opção de investir na instituição que estiver pagando maior percentual do CDI (taxa que se aproxima à Selic). Em linhas gerais, quanto maior o percentual pago do CDI, melhores os resultados.
Escolher um novo destino para suas economias pode não ser tão prático como transferir dinheiro para uma conta poupança mensalmente. É algo que requer pesquisa e empenho para conhecer um novo instrumento financeiro. O resultado deste esforço, se reflete no seu bolso. Para buscarmos caminhos mais assertivos na vida, é preciso determinação e disposição para a mudança. No futuro, sua rentabilidade agradecerá.
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