quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Greve de caminhoneiros atinge onze Estados do país



Paraná e Mato Grosso registram falta de abastecimento de diesel e em Minas Gerais fábrica teve que reduzir a produção
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Protestos também atingem o Rio Grande do SulFoto: André Fiedler / Gaúcha Serra


A greve dos caminhoneiros chega ao quarto dia e afeta a produção e o abastecimento de algumas regiões do País. Ao todo, onze Estados registram ou já registraram em algum momento rodovias fechadas pelos protestos da categoria.

Em Betim (MG), a Fiat dispensou 6 mil funcionários dos dois primeiros turnos pelo segundo dia consecutivo. Os manifestantes protestam contra o aumento do preço do diesel e o baixo valor dos fretes nas viagens. Considerando que a planta produz aproximadamente 3 mil carros diariamente, a paralisação dos dois turnos faz com que pelo menos 2 mil veículos deixem de ser produzidos por dia.

Leia mais:
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Na última segunda-feira, 23, cerca de 6 mil trabalhadores do segundo e do terceiro turnos já tinham sido liberados. Segundo a Fiat, eles estão sendo dispensados porque o protesto impediu que as autopeças e componentes utilizados na fabricação de veículos chegue no horário programado.

A fábrica de Betim está localizada na BR-381 (rodovia Fernão Dias), principal ligação entre São Paulo e Belo Horizonte. A unidade fica em uma região de alta concentração industrial, próxima à refinaria Gabriel Passos da Petrobrás.

A Fiat afirma que está monitorando o protesto, "na expectativa de que a situação se normalize", para decidir quando os trabalhadores devem voltar. A montadora informou que os funcionários do turno da noite (23h-5h) estão "mobilizados" para irem trabalhar nesta terça-feira, 24, caso a situação das rodovias melhorem ao longo do dia. A empresa não descarta ter que dispensar os colaboradores novamente nessa quarta, 25.

:: Paraná

A paralisação de caminhoneiros, responsável pelo bloqueio de 37 pontos no interior do Paraná, pode aumentar o desabastecimento que já começa a ser sentido nas cidades de Pato Branco, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e em Foz do Iguaçu (PR). Nessas áreas, há denúncias de que alguns locais estão vendendo o litro da gasolina a R$ 5,00.

Por causa da greve, os produtores também estão alertas com o risco de cargas perecíveis, congelados e hortifrutigranjeiros também serem perdidos. Em Santo Antônio do Sudoeste as aulas foram suspensas por causa da falta de combustível. Ainda não há um cálculo sobre o total dos prejuízos. O Porto de Paranaguá é um reflexo da paralisação.

De um total de 900 caminhões que deveriam chegar até o local para descarregar, apenas 45 chegaram e a previsão para os próximos dias seria de 1.600 caminhões, o que não deve ocorrer. Em Foz do Iguaçu, as autoridades colocaram em prática um plano de emergência para evitar a falta de combustíveis, no caso do aeroporto, a Infraero colocou em execução um plano de contingência.

Em entrevista à Rádio CBN, o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR), Valter Venson, disse que "a preocupação é que a falta de álcool, diesel e gasolina, além de prejudicar os usuários, possa interferir na segurança pública, uma vez que ambulâncias e viaturas policiais podem ficar paradas". O sindicato também alertou para o perigo desses caminhões, carregados com produto inflamável, ficarem estacionados na beira das estradas por muito tempo.

Entre os motivos para a greve estão a diminuição do valor do combustível, criação de uma tabela única para o preço do frete, obras de melhorias nas rodovias, alterações na Lei dos caminhoneiros e isenção de pedágios para eixos suspensos.

:: Bahia

Há um bloqueio na pista rápida que liga a BR-324 ao Porto de Salvador, em um protesto dos caminhoneiros na tarde desta terça-feira. Cerca de 50 caminhões complicam o acesso ao porto. mas há também manifestações em outras regiões da Bahia: três trechos da BR-242, na saída para Barreiras (km-880) e na saída para Tocantins (km-890); e também na BR-020, na saída para Brasília (km-200). As informações são do portal G-1.

:: Ceará

Caminhoneiros aderiram ao protesto nesta terça-feira e fecharam a BR-116, no km 15, em Fortaleza. A cidade é a Capital do Estado e este é o primeiro dia que registra manifestações por parte da categoria.

:: Goiás

Na Região Metropolitana da Capital de Goiás, um grupo de caminhoneiros bloqueou os dois sentidos da BR-153, na altura do Km 515, em Aparecida de Goiânia, informa o portal G-1. O ato começou no fim da manhã desta terça-feira, às 11h30, e os manifestantes estão colocando fogo em pneus espalhados pela rodovia para bloquear as pistas.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma das faixas da BR-153 está liberada para a passagem de carros de passeio e veículos de emergência. Estariam liberados do protesto também ônibus, caminhões com cargas perecíveis e motocicletas, de acordo com os manifestantes.

:: Mato Grosso

Os bloqueios em rodovias de MT organizados por caminhoneiros causam prejuízos em postos de distribuição de combustíveis e prejudicam escoamento de safra. É o sétimo dia de protestos contra aumento do diesel, redução no valor do frete e contra a lei do caminhoneiro. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os bloqueios acontecem em trechos das duas principais rodovias federais no estado, a 163 e a 364 que cortam o estado e dão acesso ao terminal ferroviário da América Latina Logística (ALL) em Rondonópolis e aos portos de Santos (SP) e Santarém no Pará.

O Sindicato dos Postos de Combustíveis e Distribuidoras de Mato Grosso informou hoje que alguns postos no interior já sentem efeito dos bloqueios e que já começa faltar diesel em alguns estabelecimentos da Região Norte. Segundo o empresário Jonas de Paula, proprietário da Transportadora Revendedora e Retalhista (TRR), o óleo diesel para venda no atacado acabou no último sábado. A expectativa segundo ele é que os 30 mil litros de combustível para venda acabem nesta terça-feira.

Por telefone a PRF informou que dez trechos das BRs 364 e 163 estão bloqueados, nesta terça. Ainda de acordo com o órgão, alguns motoristas não suspenderam as manifestações durante a noite de ontem e a madrugada de hoje na região urbana de Cuiabá, Rondonópolis, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Diamantino e fez com que muitos caminhões com carga não tenham chegado ao destino final. Diamantino, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, ao norte do Estado, ficam na região de maior produção de grãos. Não há registro oficial de falta de alimentos, segundo atacadistas de alguns municípios ouvidos pela reportagem.

:: Mato Grosso do Sul

O Estado do Mato Grosso do Sul tem seis trechos de rodovias federais fechadas por caminhoneiros nesta terça-feira, 24. Este é o quarto dia de protesto da categoria em MS. A rodovia mais afetada é a BR-163, que corta o Estado de norte a sul e tem pouco mais de 800 km. Nela, quatro trechos estão bloqueados.

Os locais que foram fechados pelo protesto são o km 614, em São Gabriel do Oeste, e os kms 465, 256 e 271, todos em Dourados, a segunda maior cidade de MS. A região é de tráfego intenso e tem grande movimentação agrícola e pecuária. A BR-163, conhecida como rodovia da morte, está sob responsabilidade da iniciativa privada desde outubro de 2014.

Os outros dois trechos bloqueados são o km 7 da rodovia 463 em Ponta Porã, no trevo que dá acesso ao município de Laguna Carapã e o km 320 da BR-262, em Campo Grande, no trevo que dá acesso ao complexo penitenciário estadual.

O objetivo da categoria, conforme o Sindicato dos Caminhoneiros, é ampliar os pontos de protesto em Campo Grande, capital do Estado. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens no Estado de Mato Grosso do Sul (Sindicam/MS), Osni Carlos Belinati, diz que há mais três locais considerados estratégicos que serão fechados ainda hoje.

:: Pará

Foi registrado um protesto na PA-483, km 2, em Marituba, na região metropolitana de Belém, Capital do Estado. Os caminhoneiros liberaram o trecho após 90 minutos de interdição, por volta das 17h.

:: Rio Grande do Sul

Após a mobilização nacional da última segunda-feira, caminhoneiros que trafegam pelo Rio Grande do Sul protestam hoje em quase 50 trechos de rodovias federais e estaduais contra a alta do diesel, dos pedágios e pelo aumento no valor dos fretes. Em alguns pontos, os caminhoneiros impedem também a passagem de carros, ônibus e caminhões com carga perecível, que são liberados apenas de hora em hora. Não há previsão para o final das manifestações.

A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) projeta que o abastecimento de hortigranjeiros, carne, combustíveis, aves e leite será afetado nos próximos dias. As indústrias estão com 80% da capacidade ociosa porque caminhões estão parados, relatou o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul, Alexandre Guerra.

:: São Paulo

Alguns caminhoneiros fizeram um rápido protesto na madrugada desta terça-feira, em São Paulo, informa o jornal Folha de São Paulo. Eles fecharam por quase 20 minutos a rodovia Presidente Dutra no sentido para a Capital do Estado, próximo à cidade de Guarulho. A PRF afirma que a interdição provocou uma fila de 2 quilômetros na estrada.

Em protesto que iniciou durante a tarde, caminhoneiros interditam acesso ao Porto de Santos na rodovia Anchieta. Uma manifestação de caminhoneiros está bloqueando o acesso ao Porto de Santos no quilômetro 64 da rodovia Anchieta, sentido litoral. De acordo com a concessionária da rodovia, Ecovias, o protesto, iniciado por volta das 14 horas, já causava uma fila de 2 quilômetros por volta das 15h.

Há também uma paralisação na SP-294, no km 560, em Parapuã, região Oeste do Estado.

:: Santa Catarina

Chega a 22 o número de pontos em que a passagem de caminhões está interrompida nasrodovias federais de Santa Catarina na manhã desta terça-feira, em função de manifestaçõesde caminhoneiros e agricultores. E entre as rodovias está a mais importante de Santa Catarina: na manhã desta terça-feira o protesto chegou na BR-101. o ponto fechado fica na altura do km 437 em Sombrio, no Sul do Estado.

Veja todos os pontos de bloqueio em BRs que seguem até às 08h30min desta terça-feira, segundo a PRF:

1 - São Miguel do Oeste (trevo) - km 645 da BR 282
2 - Guaraciaba Km 87 da BR 163 (trevo de Anchieta)
3 - São José do Cedro - km 101 da BR 163
4 - Maravilha – (trevo) km 605 da BR 282
5 - Nova Erechim – Posto Maxsull - km 571 da BR 282
6 - Xanxerê – km 504 da BR 282
7 - Cunha Porã –- km 109 da BR 158
8 - Irani – km 64 da BR 153
9 - Palmitos – km 139 da BR 158
10 - Campos Novos – km 317 da BR 282.
11 - Pouso Redondo – km 174 da BR 470
12 - Campos Novos – km 339 da BR 470.
13 - Concórdia – km 97 da BR 153
14 - Papanduva - km 54 da BR 116
15 - Guaraciaba - km 83 da BR 163
16 - São José do Cedro - km 105 da BR 163
17 - Trevão Irani - Km 433 da BR 282
18 - Lages - Km 244 BR 116
19 - Sombrio - Km 437 BR 101
20 - Guarujá do Sul - Km 111 da BR 163
21 - Rio Negrinho - Km 123 da BR 280
22 - Dionísio Cerqueira - Km 123 da BR 163

Confira mapa atualizado pela PRF dos pontos interrompidos:

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:: Paralisações em Rodovias estaduais

Segundo informações da Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina (PMRv), os protestos estão espalhados por diversos trechos de rodovias estaduais, a maioria no Oeste, entre eles:
- Campo Erê - km 2 da SC 160
- São Lourenço do Oeste - km 4 da SC 157
- Abelardo Luz - km 16 da SC 155
- São Domingos - km 50 da SC 480
- Xanxerê - km 90 e km 95 da SC 480

Na madrugada desta terça-feira, o movimento chegou ao Litoral de SC. Segundo a PMRv, manifestantes estão no km 25 da SC 415, em Itapoá, no Norte de SC.


Protesto na SC 415, no Litoral Norte de SC, na manhã desta terça-feira Foto:André d'Ávila/ Arquivo Pessoal

:: O movimento

Em Santa Catarina, a paralisação dos caminhoneiros começou na quarta ganhou força na sexta-feira. Motoristas protestam contra o aumento dos combustíveis e más condições das estradas, entre vários outros itens.

O movimento é independente, liderado por caminhoneiros autônomos da região. Vilmar Bonora, um dos organizadores do protesto, afirma que eles estão dispostos a ficar até 30 dias parados, se for necessário.

:: Caminhoneiro conta como deu início ao protesto no Oeste de SC

* Também com informações da redação do Diário Catarinense e da Zero Hora

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